O mundo tem se reinventado em meio a um cenário incerto e poucas pessoas se arriscam a fazer previsões sobre o futuro do trabalho no pós-pandemia. De uma hora para outra tivemos que nos adaptar a uma nova rotina para continuar dando conta do serviço, mesmo sem planejamento, transformamos nossa casa em nosso escritório. Esse foi o primeiro salto, onde muitos profissionais se depararam com os desafios de trabalhar à distância. O que podemos afirmar nesse momento é que as relações de trabalho serão afetadas permanentemente.
O home-office, que pintava como uma tendência em muitas empresas para um futuro não tão distante, se transformou em um negócio que está dando certo para as organizações. Desde o início da pandemia, dezenas de empresas anunciaram o desejo de estender o trabalho remoto para além do período pós distanciamento social, mantendo funcionários em casa, desempenhando o mesmo papel que antes era feito dentro de um escritório. E nisso, podemos observar vários benefícios, tanto do ponto de vista patronal quanto do empregado.
Em muitas capitais, trabalhadores perdiam uma, duas horas no trânsito, enfrentavam o desgaste no transporte público, para só depois chegar à empresa e dar início ao trabalho. Quem teve a chance de adaptar o próprio lar em escritório pôde observar a diferença em ganhar umas horas a mais no fim do dia e um tanto de stress a menos.
Para os empreendedores, foi possível enxergar que com menos se faz mais. Ao invés de manter uma sede para acomodar centenas de funcionários, pode-se ter uma estrutura menor, adequando o local a quantidade de trabalhadores que precisam desenvolver o serviço presencial. Será um momento onde o coworking ganhará mais espaço em detrimento aos escritórios, diminuindo as despesas fixas, aumentando os bônus e incentivos aos funcionários. Isso são apenas alguns exemplos, entre tantos, que a pandemia forçou o empreendedor de todo o mundo a enxergar.
Claro que existem os pontos negativos nessa história também. E, por isso, que o momento pede reflexão e análise. Tem muitos funcionários que não se adaptaram ao home-office, que se complicaram para separar trabalho das obrigações domésticas ou que simplesmente achou que a quantidade de tarefas aumentou. E tudo é justificável, afinal, estamos falando de uma relação que se estabeleceu do dia para a noite, lá no início da pandemia, e todos tiveram que se adaptar, de uma forma ou de outra.
O momento ainda pede paciência, pois muitos continuam trabalhando de casa, outros tentam voltar à rotina e, por isso, nada melhor que uma avaliação criteriosa das necessidades e benefícios na hora de redefinir o planejamento para os próximos anos. O patrão terá que ouvir os funcionários, saber o que deu certo, o que não deu e de qual forma é possível ajustar para que ambos consigam se adequar a uma nova proposta.
É inegável que de tempos em tempos as profissões e as formas de prestação de serviços sofram modificações. Temos que encarar isso como a evolução natural dos processos e estar prontos para nos encaixarmos às necessidades. A pandemia mostrou isso ao mundo todo de uma única vez e assim será com o passar dos anos. Para muitas empresas, talvez, a hora seja de fazer uma re-análise da situação, do quadro de colaboradores, identificar o que deu certo e o que não deu. Ter essa visão da situação como um todo, irá ajudar no momento de definir os próximos passos, sem cometer excessos, apenas se adequando a própria realidade.